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O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reforçou hoje a intenção da companhia de não transferir imediatamente para o preço dos combustíveis as oscilações do mercado internacional.

Ele citou a política de reajustes diários, implementada na época da gestão Pedro Parente, como um exemplo de erro na estratégia comercial da empresa.

“Não estamos comprometidos em cometer o erro de reajustar diariamente. A experiência mostrou que isso deu em confusão. Somos produtores de combustíveis, não somos tradings. Somos pacientes e agimos com frieza, reajustamos com [base em] preços internacionais e forças do mercado”, comentou, em entrevista ao Valor.

Segundo Castello Branco, as acusações de defasagem nos preços de combustíveis praticados pela Petrobras estão baseadas em cálculos incorretos. O executivo alega que os valores calculados por associações de importadores não levam em consideração os custos reais da companhia.

“O racional [dos importadores] de calcular um preço de paridade está certo, mas eles não estão usando os dados de custos certos. Eles [os cálculos] refletem os custos de terceiros, mas somos nós que sabemos os nossos custos”, disse, em resposta a acusações de que a estatal está segurando os reajustes dos combustíveis.

A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) protocolou na semana passada um ofício no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com a acusação de que a Petrobras de manter os preços de combustíveis abaixo dos praticados no mercado internacional. De acordo com Castello Branco, a companhia ainda não foi notificada sobre o assunto.

Castello Branco explicou ainda que a companhia leva em consideração o preço de paridade internacional até os pontos de venda e que as margens praticadas pela Petrobras variam de acordo com a oferta e a demanda do mercado. “Nossa política é ajustar os preços à paridade internacional, com margem pelo risco”, explicou o presidente da petroleira.

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